FRED PORT - HISTÓRICO PESSOAL

Aqui você encontra um histórico mais humanizado e um relato sobre minha mudança da Física e Informática para a área Comportamental.

 

 

 

HISTÓRICO PESSOAL RESUMIDO

MUDANÇA DE RUMO!

 

 

 

 

 

 

HISTÓRICO PESSOAL

Infância de classe média no interior de S. Paulo em meados do século passado. Escola militar em Campinas, quebra parcial do cordão umbilical. Graduação em Física, Química e Matemática. Vivência gratificante como professor de Cálculo da Faculdade de Engenharia de Bauru. Experiência de solidão por dois anos em Boulder, Colorado para conseguir o Master of Science em Computer Science.

Aventuras como consultor da Andersen Consulting, hoje Accenture, com projetos em Recife, México, Califórnia e Chicago. Crescimento pessoal na fase de Auditoria de Sistemas do Chase Manhattan com a decisão difícil de mudar a orientação profissional.

Período muito humano e marcante na Price Waterhouse com a decisão de seguir autônomo, apenas como Frederico Port. Não dá para esquecer o impacto de..."Frederico Port de onde?...". Vivência pessoal profunda de aprendizado emocional com o fim de um casamento de 14 anos.

Mergulho na jornada de autoconhecimento e de divulgação dos assuntos e do conhecimento utilizado no processo. Consolidação do conhecimento na área comportamental da Comunicação Interpessoal. Exposição às diferenças culturais brasileiras de Macapá a Pelotas com os anos de atuação em MBA's da FGV.

Sensação de aprendiz "eterno" da natureza humana, da comunicação e da vida. Percepção gratificante de poder transmitir conhecimento e não mais apenas informação. A busca da essência com os pés no chão será sempre lenta, porém, quando faltar chão, creio, a essência se encontrará, livre, com a essência de tudo, não humana, inefável...

 

MUDANÇA DAS CIÊNCIAS EXATAS PARA AS HUMANAS

Com 90 anos de idade, Peter Drucker, um dos maiores pensadores sobre gestão dos nossos tempos, afirmou em um artigo que, pela primeira vez, um número crescente de pessoas tem a possibilidade de fazer escolhas, precisam administrar a si mesmas, e estão totalmente despreparadas para isso. Como, neste contexto, me considero um despreparado precoce, achei que poderia ser de interesse, incluir aqui um resumo das minhas decisões no esforço de equilibrar a razão e o coração ao longo do caminho.

Porque alguém com uma formação acadêmica na área de ciências exatas como Física e Informática, após trabalhar muito tempo em multinacionais com Consultoria e Sistemas de Informação, resolve dedicar-se à área de Comunicação Humana e Psicologia?

Como isso não aconteceu de uma hora para a outra, gostaria de compartilhar com vocês. Relutei um pouco entre a vaidade e o bom senso mas, apesar de ser um pouco autobiográfico, pode ajudar alguém a tomar decisões similares. O bom senso administrou um pouco a vaidade!

Sempre gostei dessa busca para compreensão do ser humano. Isso sempre esteve relacionado às minhas inseguranças, meus medos e, principalmente, à sensação de inadequação e de uma certa falsidade interior. Eu, e também, como hoje sei, a maioria das pessoas, achava que as máscaras dos outros eram mais verdadeiras que a minha. Acreditava na segurança, autoconfiança e nas certezas que as outras pessoas demonstravam. Aprendi, é claro, a demonstrar exteriormente tudo isso também! Aliás, acho até que aprendi bem demais!.

Cresci, como a maioria das pessoas da minha geração, em um mundo de certezas, rodeado de pessoas cheias de verdades: meus pais, meus tios e primos, professores, padres, médicos etc. Enfim, sempre me senti muito só com minhas dúvidas, inseguranças e medos. Passei também a duvidar das pessoas que diziam lidar com psicologia pois elas pareciam ter muito "papo furado" e até mais problemas que eu. Hoje sei que talvez a maior "honestidade interior" de algumas dessas pessoas me desconcertava. Decidi esquecer meus problemas e canalizar minhas energias para fatores externos de segurança.

Bem, navegando pela vida, não tinha muitas opções e estradas já pavimentadas. No início fui ao sabor das ondas e dos ventos pois o objetivo principal era ganhar o meu próprio sustento e sair da casa dos meus pais. Assim, terminado o segundo grau, graduei-me em Física, Química e Matemática e passei a ser professor de Matemática em uma faculdade de Engenharia em S. Paulo. Lá, após um início cheio de "inseguranças técnicas", percebi que gostava de lecionar e da liberdade que essa atividade me dava. Percebi também que, apesar de existir uma certa tensão inicial nas turmas novas, era uma atividade que me dava prazer.

Além desse prazer, tinha a sensação que os alunos gostavam da minha dinâmica de aula, da minha maneira de explicar e transmitir informações. Eu tinha facilidade para dar aulas. Neste ponto, senti necessidade de aprender uma área mais prática, mais utilizável em empresas. Não sei se foi realmente a frase "Quem sabe faz, mestre, quem não sabe ensina!", dita por um aluno, ou se foi por gostar de Programação de Computadores que acabei conseguindo uma bolsa do governo americano para fazer o mestrado em Computer Science. Já percebia a necessidade do título para continuar no meio acadêmico e, além disso, ampliar minha área de atuação parecia uma boa opção.

Após dois anos nos EUA, voltei para a mesma faculdade mas já trabalhando também como Analista de Sistemas e não apenas como professor. Essa experiência inicial me deu a segurança necessária para uma "aventura" em alguma empresa. Novamente as ondas e os ventos me levaram para o Rio de Janeiro e para uma empresa multinacional de consultoria. A partir desse momento as experiências foram muito marcantes e diversificadas, tanto no Brasil como no exterior. Em um projeto em Chicago, fiz um curso de Apresentações que me impressionou muito. Minha experiência prévia lecionando ajudou na constatação da real importância dos itens não verbais abordados.

Revisei meus conceitos. Apesar de considerar muito "papo furado" na área comportamental, percebi a existência de conhecimento e a possibilidade de resultados mensuráveis. Comecei a estudar e aprofundar meu conhecimento e vivência. Já era uma área de interesse paralela, que se intensificou a partir de 1980, com o curso de apresentações.

Em 1985 ou 86, comecei a lecionar Sistemas Contábeis no mestrado da FGV-RJ. Nesses cursos pude começar a observar e vivenciar os efeitos das técnicas não verbais aplicadas em qualquer tipo de apresentação ou aula. Percebi também as dificuldades para aplicá-las e resolvi aprofundar-me no estudo delas. No Chase Manhattan, nesta época, participei de cursos que também ajudaram a sentir a importância da parte não verbal em qualquer comunicação humana.

Nesse ponto, no final de 1986 decidi que queria me aprofundar e trabalhar com essa área de Comunicação Humana. O interesse inicial foi, naturalmente, para palestras e apresentações, falar em público. Como não poderia deixar ser, o receio de falar em público tinha que ser estudado e analisado. As razões do impacto causado pela linguagem não verbal também passaram a ser importantes. Além disso, por que falar em público é diferente de falar para duas pessoas? Que energias são trocadas? Para esclarecer esses pontos, acabei me aprofundando cada vez mais na área comportamental e no que considero hoje sua pedra fundamental, o autoconhecimento.

Assim, desde 1987, tenho dedicado tempo integral para estudar e ministrar cursos em assuntos relacionados a essas áreas e suas aplicações. Na FGV esses assuntos começaram a ser ministrados em 1992. Fora da FGV tenho notado um maior interesse na contratação de palestras.

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